Tigern : quand l’expérience esthétique se vide…
Comment est-ce possible de faire une critique d’un spectacle qui te rend vide ? Ce n’est pas un vide inquiétant qui t’oblige à bouger… C’est un vide d’expérience théâtrale/ artistique/ esthétique.
Rappelons le résumée du spectacle :
Un chauffeur de taxi, des touristes, trois volatiles et quelques autres témoignent. Tous ont eu affaire à Mihaela, une étrange créature apparemment peu au fait des us et coutumes locaux et tous hésitent sur son identité : il, elle, cet individu… Et pour cause, Mihaela est une tigresse, une tigresse qui s’est échappée du zoo pour découvrir la ville et le monde. À travers cette fable fantasque, dont la narration répond aux codes du film documentaire, Gianina Cărbunariu et Sofia Jupither livrent une satire joyeuse et puissante de notre rapport à l’étranger. Le regard est tendre mais sans concession : La Tigresse est l’histoire d’êtres vulnérables mais tous intégrés au système urbain – du sans domicile au banquier – qui manifestent désarroi, mesquinerie et parfois même violence dès lors qu’ils sont confrontés à l’altérité. Si l’ombre de Ceaușescu plane à un moment donné sur la vraie/fausse ville en panique, ce sont bien les démons européens contemporains qui menacent. Sofia Jupither évite costumes et décors figuratifs, préférant dessiner un espace abstrait où les récits subjectifs se transforment en bruits médiatiques. Ses cinq comédiens campent des archétypes plus que des personnages, tendant au public un miroir troublant mais non déformant.
Il y a des chaises et une table sur le plateau. Les comédiens nous racontent des petites histoires liées à la figure de Mihaela, la bizarre créature, la « tigresse » qui s’échappe du zoo pour découvrir le monde. Et ils n’arrêtent pas de nos parler. Et il n’y a rien d’intéressant visuellement ou sonorement pour attirer l’attention. Le texte développe un quotidien fade, incolore. Les comédiens essaient de forcer le rire du public, mais il n’y a aucun motif pour la plaisanterie (ou peut-être c’est moi qui suis trop sérieuse…). Je n’ai pas quitté le théâtre en détestant le travail de Sofia Jupither. Le grand problème est que sa proposition ne « m’ajoute» rien. Ce travail ne me fait pas réfléchir, ni rire, ni m’émouvoir, ni me révolter, ni rien. Je me sens vide.
Quotidien pour quotidien, je préfère le quotidien de la rue : il est plus réel et plus vivant…
Como fazer a crítica de um espetáculo que te deixa com uma sensação de vazio? Não se trata de um vazio inquietante que te faz movimentar… È um vazio de experiência.
(O resumo que consta no programa do espetáculo é esse):
Um motorista de táxi, alguns turistas, três instáveis e outras testemunhas. Todos tiveram algum tipo de relação com Mihaela, uma estranha criatura, à primeira vista pouco acostumada a eles e aos hábitos locais. Todos hesitam sobre sua identidade: ele, ela, esse indivíduo… Em razão disso, Mihaela é uma tigresa, uma tigresa que fugiu do zoológico para descobrir a cidade e o mundo. Através dessa fábula fantástica, cuja narração responde aos códigos de um filme documentário, Gianina Cărbunariu e Sofia Jupither nos entregam uma sátira alegre e potente de nossa relação com o estranho, com o exótico. O olhar é bondoso mas sem concessão: a Tigresa é a história de seres vulneráveis os quais todos estão integrados ao sistema urbano – do desabrigado ao banqueiro -, manifestando transtorno, mesquinharia e até mesmo violência quando são confrontados com a alteridade. Se a sombra de Ceaușescu (presidente da Romênia socialista de 1965 até 1989, quando foi executado na sequência da Revolução Romena) voa num dado momento sobre a verdadeira/falsa cidade em pânico, mostra-se dessa forma os demônios europeus contemporâneos que ameaçam. Sofia Jupither evita figurinos e cenários figurativos, preferindo desenhar um espaço abstrato onde as histórias subjetivas se transformam em ruídos midiáticos. Seus cinco atores trabalham numa ideia de arquétipos (e não tanto de personagens), mostrando ao público um espelho estranho mas não deformante.
Há cadeiras e uma mesa dispostas sobre o palco. Os atores nos contam sobre o que acontece em torno de Mihaela, a estranha criatura, a “tigresa” que foge do zoológico para descobrir o mundo. E eles falam sem parar. E não há nada de interessante visualmente ou sonoramente que chame atenção. O texto trata de um cotidiano sem graça. Os atores forçam trejeitos para que o público ria. Não há graça em nada (ou talvez seja eu a estar sem graça). Não se trata de que saí odiando o trabalho de Sofia Jupither. É que sua proposição não me acrescenta nem subtrai. Não me faz refletir, nem rir, nem me emocionar, nem me revoltar. Eu me sinto vazia.
Cotidiano pelo cotidiano, prefiro o cotidiano da rua: ele é mais real e mais vivo…