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{"id":1961,"date":"2018-07-20T23:15:28","date_gmt":"2018-07-20T21:15:28","guid":{"rendered":"http:\/\/www.insense-scenes.net\/?p=1961"},"modified":"2018-07-20T23:15:28","modified_gmt":"2018-07-20T21:15:28","slug":"au-dela-de-la-foret-a-saudade-de-ser-crianca","status":"publish","type":"article","link":"https:\/\/juliechaumard.paris\/winsense\/article\/au-dela-de-la-foret-a-saudade-de-ser-crianca\/","title":{"rendered":"Au-del\u00e0 de la for\u00eat, a\u00a0saudade\u00a0de ser crian\u00e7a"},"content":{"rendered":"
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Par Evelise Mendes\u00a0– 20 juillet 2018<\/div>\n
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Au-del\u00e0 de la for\u00eat, le monde<\/i>, texte et mise en sc\u00e8ne In\u00eas Barahona et Miguel Fragata (Portugal),<\/center><\/div>\n

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\u00a0Chapelle des p\u00e9nitents blancs, Festival d\u2019Avignon 2018.<\/center><\/p>\n
\nLe texte tourne autour du jeune gar\u00e7on afghan Farid qui est oblig\u00e9 de quitter son pays \u00e0 cause de la guerre. L\u2019intrigue met en lumi\u00e8re alors l\u2019enjeu des r\u00e9fugi\u00e9s en Europe, la question de la construction de l\u2019identit\u00e9 (ou le fait d\u2019une non-identit\u00e9). Il s\u2019agit, en d\u00e9finitive, de la \u00ab\u00a0saudade\u00a0\u00bb que le jeune gar\u00e7on afghan Farid \u00e9prouve d\u2019un ailleurs\u2026 Non pas le sentiment \u00e9quivalent \u00e0 la nostalgie, mais plut\u00f4t une \u00ab\u00a0saudade\u00a0\u00bb assez m\u00e9lancolique d\u2019avoir eu un regard d\u2019enfant port\u00e9 sur l\u2019hostilit\u00e9 du monde. Malgr\u00e9 cette approche sensible, certains clich\u00e9s d\u2019un th\u00e9\u00e2tre pour les enfants sont pr\u00e9sents dans la mise en sc\u00e8ne de Barahona et Fragata\u00a0: l\u2019emploi de valises, les sacs-\u00e0-dos, le long tapis, la grande carte du monde, l\u2019effort de rendre risible ce qui n\u2019est pas risible, le ton parfois \u00ab\u00a0sympathique excessif\u00a0\u00bb du jeu d\u2019acteur. C\u2019est bien dommage car le texte est plus sensible et profond que sa traduction sc\u00e9nique.<\/strong><\/em>\n<\/div>\n
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\"\"<\/span>
\n(la suite en portugais)
\nDuas atrizes ja est\u00e3o sobre o palco. Vemos muitas malas, em diversos formatos, ao redor das atrizes Anne-\u00c9lodie Sorlin e \u00c9milie Caen. Elas v\u00e3o nos contar uma hist\u00f3ria, a hist\u00f3ria de um menino afeg\u00e3o (Farid) que deve fugir de seu pa\u00eds devido \u00e0 guerra que assola sua regi\u00e3o.
\nO texto tem portanto como pano de fundo a crise dos refugiados na Europa, onde vemos a fric\u00e7\u00e3o do encontro entre diferentes\u2026 onde a quest\u00e3o do territ\u00f3rio (\u00ab\u00a0esse lugar \u00e9 meu\u00a0\u00bb, \u00ab\u00a0esse n\u00e3o \u00e9 teu lugar\u00a0\u00bb) coloca em xeque nossa capacidade de se p\u00f4r no lugar do outro.
\nA pe\u00e7a mostra a saga de Farid e de sua irm\u00e3, esses que t\u00eam como ponto de partida o Afeganist\u00e3o e como ponto de chegada a Inglaterra. No entanto, Farid e sua irm\u00e3 se perdem ao longo da viagem, o que obriga o menino a tomar as decis\u00f5es e a enfrentar seus medos sozinho. Durante essa viagem\/fuga, ele esbarra com todo um universo que se difere de seu lugar de origem. Ou seja, durante essa viagem, ele encontra um outro modo de organiza\u00e7\u00e3o, onde as mulheres sem o v\u00e9u andam sozinhas na rua, onde a escritura lingu\u00edstica \u00e9 totalmente diferente da sua, onde o funcionamento da vida urbana lhe \u00e9 ao mesmo tempo estranha e familiar.
\nEssas descobertas n\u00e3o denotam juizo de valor (se \u00e9 melhor o modo de vida ocidental ou oriental, ou vice-versa), mas somente indicam esse sentimento de n\u00e3o-pertecimento a um mundo que lhe \u00e9 completamente hostil no in\u00edcio. Um sentimento de estranheza suscitado por essas situa\u00e7oes de perigo e de tens\u00e3o que lhe obrigam a crescer, que marcam em definitivo sua passagem da inf\u00e2ncia a esse outro momento desconhecido (o qual \u00e9 anterior \u00e0 pr\u00e9-adolesc\u00eancia). Farid portanto se encontra nessa condi\u00e7\u00e3o indefin\u00edvel de passagem de momento de vida, em meio a uma situa\u00e7\u00e3o igualmente de passagem (de tr\u00e2nsito de um lugar \u00e0 outro). Um momento de questionamento de sua identidade (j\u00e1 que a possess\u00e3o sobre determinado territ\u00f3rio contribui \u00e0 contru\u00e7\u00e3o de nossa identidade, de nossas refer\u00eancias)\u00a0; um momento em que ele tenta n\u00e3o esquecer de si mesmo.
\nAssim, h\u00e1 todo um universo sens\u00edvel (de uma profundidade singela) abordado por In\u00eas Barahona e Miguel Fragata. No entanto, o que se v\u00ea em cena \u00e9 um jogo descompassado entre as atrizes \u00c9milie Caen e Anne-\u00c9lodie Sorlin. Enquanto esta consegue encontrar o tom da sua fala e a energia do seu jogo em meio a tantos objetos e refer\u00eancias postos sobre o palco, a primeira demonstra sua dificuldade em se sentir \u00e0 vontade na proposta.
\nAl\u00e9m disso, como se disse anteriormente, h\u00e1 tantos elementos no palco (as in\u00fameras malas e os objetos que se encontram no interior delas, o mapa, o tapete, as mochilas, etc.) que talvez tudo isso torne a contracena\u00e7\u00e3o ref\u00e9m do dispositivo cenogr\u00e1fico. O que \u00e9 uma pena, porque algumas vezes o menos \u00e9 mais\u2026 e porque se trata de uma proposta onde o clima da \u00ab\u00a0saudade\u00a0\u00bb melanc\u00f3lica n\u00e3o combina ao esfor\u00e7o de fazer rir.<\/p>\n

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